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Bergmann |
A DAB é ao lado da Hövels Hausbrauerei e da
Bergmann Brauerei, uma das três últimas cervejarias da cidade de
Dortmund, em Nordrhein-Westfalen, Alemanha. Atualmente a cervejaria pertence à
gigante Radeberger, por sua vez parte do grupo Dr Oetker. A cervejaria foi
fundada em 1868 por três empresários (Laurentz Fischer, Heinrich Mauritz e
Friedrich Mauritz) e o mestre cervejeiro Heinrich Herberz, sendo então batizada
de Bierbrauerei Herberz & Co, nome que perduraria apenas 4 anos antes de
ser alterado para DAB. Na época da fundação, o terreno que viria a sediar a
planta foi comprado por 4500 Taler (moeda de prata comum na Europa e que
resistiu na Alemanha até 1871, quando foi substituída pelo Mark, ou Marco Alemão).
Nessa época, as famosas minas de carvão, responsáveis pela riqueza e dias de
glória daquela região, estavam literalmente a todo vapor, de modo que a briga
entre as cervejarias pela crescente clientela, composta em sua maioria pelos
funcionários das minas, era acirrada.
Early days
As cervejas Dunkel
eram, nesse tempo, as mais consumidas no país, contudo, essa história começou a
mudar quando o mestre cervejeiro Heinrich Wenker trouxe a técnica da baixa fermentação
diretamente de Munique na metade do século 19. Nesse tempo, a região de
Dortmund estava longe de ser um expoente cervejeiro, e a nova cerveja Export
era considerada uma cerveja da alta classe, de modo que a população em geral
olhava com grande desconfiança, preferindo sua Dunkel. Apenas quando do advento
das indústrias e do já mencionado crescimento meteórico das minas a cerveja
passou a se estabelecer e a movimentar a economia também em termos de culinária
na região. A mesma clientela que antes olhava com desconfiança para a nova
cerveja clara, passou a desenvolver um carinho especial pela Helles feita na região, a qual dispunha então
de um gosto assaz especial, em virtude da água com alto teor de enxofre
(oriundo das minas de carvão) que corria pela cidade e era utilizada pelas
cervejarias locais. Para se ter uma noção do crescimento da indústria
cervejeira nessa época, as cervejarias da época eram, até a primeira guerra
mundial, mais valiosas na Bolsa de valores do que, por exemplo, a indústria do aço.
Prêmios conquistados pela cerveja ainda hoje estampam o rótulo da DAB. |
Assim como as outras cervejarias locais da
época, a DAB optou por seguir o caminho da fabricação das cervejas do tipo
Export no ano de 1879, quando passou a ser comercializada na Holanda, Bélgica, França,
Índia, Japão e Austrália. A partir de 1881, sua cerveja, principalmente a
Dortmunder Helles, de baixa
fermentação, passou a ser exportada para todos os continentes. Mas não apenas
para além mar se expandiu a cervejaria, internamente, grandes foram os avanços da
DAB nesse tempo, sendo uma das primeiras cervejarias a ter seu próprio
laboratório químico-bacteriológico, já no ano de 1893; mostrando seu lado
visionário e comprometido com o constante desenvolvimento de seu produto. Da
mesma forma os prêmios obtidos pela cervejaria espelhavam o quanto a cerveja
representava na época, tendo obtido dois prêmios nas Exposições Universais em
Paris, em 1900 e 1937, além de receber a Preußische
Staatsmedaille em 1913.
DAB vs DUB
A maior concorrente da DAB nessa época passou a
ser a Dortmunder Union (DUB), fundada a 31 de janeiro de 1873, e que passou a
ser a cervejaria alemã de maior crescimento do final do século 19, produzindo cerca
de 75.999 hectolitros em 1887, 193.650 em 1900 e nada menos que um milhão em 1929. A DUB era controlada pelo mestre
cervejeiro Fritz Brinkhoff, considerado o cervejeiro mais rico e maior
contribuinte da época na Alemanha. Brinkhoff se aposentou do trabalho na DUB após
53 anos, sendo hoje lembrado através de uma rua que leva seu nome em Dortmund,
além de dar o nome à cerveja “Brinkhoff’s No.1”, fabricada atualmente pelo
grupo DAB. A DAB por sua vez chegou a alcançar 100.000 hectolitros em 1887, mas
seu crescimento se deu a passos menores, produzindo cerca de 770.000
hectolitros em 1930 (tempo em que o número de cervejarias em Dortmund foi
reduzido por questões fiscais, de 28 para 8 no total), chegando a um milhão de
hectolitros apenas após a segunda guerra, mais precisamente em 1959. Ainda
assim a DAB foi apenas a segunda cervejaria a alcançar a marca de um milhão,
abrindo caminho para poder comemorar seu centenário, em 1968, com uma produção
considerável de nada menos que 1,6 milhões de hectolitros. Até os anos 1970, Dortmund possuía 4 representantes no clube das 6 cervejarias “hecto-milionárias”
da época. Entretanto, essa história de glória veria o início de sua derrocada
justamente nessa época, quando as cervejarias de Dortmund passaram a não mais
conseguir competir com a voracidade e violência com a qual as cervejarias
especializadas em Pils (sempre elas...) passaram a dominar o mercado não apenas
na Alemanha mas em toda a Europa e América.
Crise financeira e venda
Em 1971 a DAB tornou-se acionista majoritária
da concorrente Dortmunder Hansa, mudando-se para o prédio histórico da Hansa
(antes Borussia Brauerei) no dia 5 de março de 1982; o prédio administrativo,
contudo, permaneceu na Rheinische Straße até 1983, muito em função dessa ser
historicamente a rua das cervejarias em Dortmund e pela sua tradição. O prédio histórico então adquirido pela DAB, ainda no inicio do século 20 abrigava a Brauerei Borussia (que deu nome ao famoso clube local Borussia Dortmund, BVB), a qual foi adquirida posteriormente pela Hansa (que por sua vez não tem a ver com o outro clube Hansa Rostock, da cidade de Rostock). Em 1984,
com uma produção anual de 2,6 milhões de hectolitros, a DAB tornou-se a maior
cervejaria da região. Mesmo assim, as coisas não iam bem para a cervejaria,
circunstâncias que não mudariam nem com a aquisição da Privatbrauerei Dortmund
Kronen no ano de 1996. No ano seguinte, a DAB ampliou sua capacidade produtiva
de 3,4 milhões para 4 milhões de hectolitros. Mas, mesmo esses números não
foram suficientes para salvar a cervejaria, que acabou sendo adquirida pela
Frankfurter Binding-Brauerei em 2001, após não dar conta de seu gigantesco
endividamento. No ano de 2002 a cervejaria foi então comprada pela Radeberger,
pertencente ao grupo Dr Oetker. Do lado da DUB a história não foi muito
diferente, sofrendo uma fusão no ano de 1972 com a berliner Schultheiss-Gruppe,
à qual já pertencia também a Dortmunder Ritter-Gruppe. Dessa fusão veio a surgir
a Brau und Brunnen AG, que chegou a ser o segundo maior grupo cervejeiro na
Alemanha.
Em 2004 enfim a Oetker passou a controlar
também a Brau und Brunnen, resultando na concentração de todas as suas
cervejarias sob a batuta da Radeberger, da regiao de Sachsen (Saxônia), a qual
havia sido adquirida pela Oetker após a reunificação da Alemanha.
Atualmente
No antigo prédio da Hansa, adquirido pela DAB
em 1982, está atualmente concentrada a produção do grupo todo, sendo assim a única cervejaria de expressão na cidade (dado que tanto Hövels quanto Bergmann são cervejarias de produção limitada). Lá são fabricadas
as cervejas das marcas DAB, DUB, Dortmunder Kronen, Brinkhoff’s No.1, Ritter,
Thier e Stifts.
Nesse mesmo local, na Steigerstraße, encontra-se desde 2006 o museu Brauereimuseum Dortmund, antes alocado na cervejaria Privatbrauerei Dortmunder Kronen, e que conta um pouco dessa grande mas curta história cervejeira de Dortmund.
Brauereimuseum Dortmund |
Desde 2007 a cervejaria vem tentando se
reerguer, investindo massivamente em publicidade, incluindo a alteração de suas
garrafas e latas e a mudança do slogan de sua famosa cerveja Kronen, que mudou
de “Die Krone Westfalens” (a coroa de Westfalen) para “Aus dem Herzen
Dortmunds” (do coração de Dortmund). Além disso, a cervejaria vem focando no
mercado italiano, onde já encontra grande aceitação. Hoje a cerveja é vendida
em mais de 20 países.
Cervejas
As principais cervejas fabricadas atualmente
pela marca DAB são:
DAB Pilsener
Fermentacao:
Baixa
Sabor: lubulado e leve, refrescante - Amargor: 34 Cor: Clara
Stammwürzegehalt: 11,3% - Álcool Vol%: 4,8%
Temperatura ideal de consumo: 8-10° C - Calorias por 100 ml: 39
Sabor: lubulado e leve, refrescante - Amargor: 34 Cor: Clara
Stammwürzegehalt: 11,3% - Álcool Vol%: 4,8%
Temperatura ideal de consumo: 8-10° C - Calorias por 100 ml: 39
DAB Export
Fermentacao:
Baixa
Sabor: forte e encorpado - Amargor: 25 Cor: Dourado claro
Stammwürzegehalt: 11,8% - Álcool Vol%: 5%
Temperatura ideal de consumo: 8-10° C - Calorias por 100 ml: 43
Sabor: forte e encorpado - Amargor: 25 Cor: Dourado claro
Stammwürzegehalt: 11,8% - Álcool Vol%: 5%
Temperatura ideal de consumo: 8-10° C - Calorias por 100 ml: 43
DAB D-Pils
Fermentacao:
Baixa
Sabor: florado e lupulado - Amargor: 27 Cor: muito claro
Stammwürzegehalt: 11,2% - Álcool Vol%: 4,8%
Temperatura ideal de consumo: 8-10° C - Calorias por 100 ml: 33
Sabor: florado e lupulado - Amargor: 27 Cor: muito claro
Stammwürzegehalt: 11,2% - Álcool Vol%: 4,8%
Temperatura ideal de consumo: 8-10° C - Calorias por 100 ml: 33
Sobre a Dortmunder Export
A cerveja Dortmunder Export é uma
cerveja originária da cidade de Dortmund, na Alemanha. Produz boa espuma branca com relativa
retenção. Seu sabor maltado é marcante desde o início, bem como seu leve
dulçor, bem equilibrado com o amargor intermediário e notas picantes, fruto do exclusivo
processo de maltagem a que são submetidos os grãos que a compõe. A palavra
“Export” em seu nome é frequentemente utilizada na Alemanha, para designar
cervejas de teor alcoólico mais elevado, e não apenas para designar cervejas
com caráter de exportação.
Referências
- Larousse da Cerveja - Morado, Ronaldo
- The Oxford Companion to Beer - Oliver, Garrett
- wikipedia.de
- genussbereit.blogspot.de
Wir hopfen alles Gute!
Wilhelm Stein
Wilhelm Stein
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