domingo, 16 de agosto de 2015

Driveliners Irish Red Ale

Bom, após um hiato de mais de 40 dias, está mais do que na hora de escrever um novo post por essas bandas. E eis que eu tenho um, guardado na manga há tempo demais. Não foi fácil coletar as informações que precisava para escrever, e mais difícil ainda encontrar tempo para escrever a respeito dessa ilustríssima cerveja, que para mim é pra lá de especial. Especial porque foi feita por meus ex-colegas – e ainda amigos - de trabalho.

O pessoal mandou bala numa Red Ale bem condizente, com a ajuda profissional do Hop’n’Roll, que forneceu suas instalações e suporte ao longo de toda a fabricação dos nobres cervejeiros por opção - e engenheiros por necessidade! O Hop oferece as suas instalações a quem quer que esteja interessado em se aventurar em produzir a sua própria cerveja, mas não quer de cara adquirir todo o equipamento necessário. Ainda de quebra, oferece todo o acompanhamento necessário, dicas e suporte, bem como o espaço para a guarda da bebida até finalizar a sua maturação; o engarrafamento é sempre uma diversão à parte! Mais informações aqui.


sábado, 20 de junho de 2015

Ale Brothers - 1st Anniversary IPA

Pessoas, hoje eis que, novamente, tenho o prazer de apresentar aqui nesse ilustre blog uma micro-cervejaria pra lá de artesanal e tocada por não menos ilustres amigos meus. Trata-se dessa vez da IPA da Ale Brothers. Há algumas semanas atrás, atendendo um Saturday Way da cervejaria Way de Pinhais-PR, encontrei no evento dois amigos, Rodrigo e Paulinha – que por sinal não perdem um evento cervejeiro por essas bandas. Uma vez que a conversa engrenou, regada a boa cerveja e um ambiente pra lá de excelente nos pátios da cervejaria, fiquei sabend
o dos dois que estavam a finalizar uma IPA em suas humildes instalações. Melhor ainda, queriam que eu gralhasse alguma coisa a seu respeito aqui no meu caderno.

Pois bem, é óbvio que aceitei esse desafio, ou convite – eita vida difícil, hein? Algumas semanas depois, recebi então uma simpática garrafinha, no estilo Stubbi mesmo, sem rótulo, sem fru-fru, apenas um papelzinho preso ao pescoço da garrafa via barbante. Em suma, uma garrafinha que apenas pela apresentação já deixa claro o sangue ‘roots’ que permeia o espirito cervejeiro de seus criadores.

domingo, 7 de junho de 2015

Dead Frog - The Session - Vienna Lager

Finalizando o Beer Pack do mês de fevereiro, com certo atraso, degustei hoje a The Session, uma Vienna Lager bem bacaninha. Como já havia escrito um bocado a respeito do Beer Pack, da cervejaria etc., segue aqui apenas meu comentário acerca da cerveja em si.

Trata-se de uma Vienna Lager bem condizente, mas nada de especial. Traz uma boa formação de espuma, com corpo médio e retenção bastante boa, deixando um tapete branco durante um bom tempo. Lacing é excelente, mantendo uma renda bastante demorada nas paredes. Cor é âmbar e corpo bastante turvo. A espuma mantém a linha´, sendo um pouco mais escura que o normal. As bolhas não são tão uniformes, mas nada muito grave.
O aroma é refrescante, trazendo pitadas florais e de caramelo. Na boca, o sabor de malte prevalece, ainda que o lúpulo desempenhe forte papel também, tanto em termos aromáticos quanto em se tratando de amargor; todavia o amargor não é intenso demais. Adstringência e carbonetação são palavras desconhecidas nessa cerveja, sendo jogadas para escanteio.  A sensação é bastante seca, assim como no retrogosto, que é curto, amargo e seco. 

Haller Löwenbräu/Mohrenköpfle

Hoje, após longos 10 meses, venci a inércia, a burocracia e a minha própria síndrome de esquilo. Ataquei uma das cervejas que há mais tempo vinha guardando para ocasiões especiais. Assim como descrito nesse post aqui, essa cerveja também foi adquirida quando de minha última visita ao solo germânico. Provavelmente esse também foi um dos fatores que me fez ficar receoso sobre a tomar ou não a cerveja, já que agora não resta mais nenhuma daquela viagem.

Fato é que a data de validade estava expirando….mentira, eu admito, ela já havia expirado. Dessa forma, pra não correr o risco de ficar com uma linda garrafa cheia de vinagre em mãos, tive que fazer o „sacrifício“. Ainda bem que a cerveja ainda estava em ótima forma, nada de estragado, nada de gosto ou aroma suspeitos, para a minha sorte.

Mas chega de conversa, vamos lá para algumas informações acerca dessa simpática cervejaria e sua por mim degustada filhota.

domingo, 17 de maio de 2015

Giramunddo/Irish Red Ale

Ilustríssimos, é com uma alegria pra lá de imensa que escrevo o post que vossas excelências estão a ler. Isso porque, após apenas 2 meses desde que decidi que iria incluir em meu blog também avaliações de cervejas, recebi o primeiro pedido de amigos para que escrevesse algo a respeito de sua cerveja e o publicasse por aqui.

Como muitos de vocês sabem, me nego veementemente a incluir nessa singelo blog posts desses que vocês encontram a dar com o pé internet afora, de criaturas “julgando” cervejas (cujo texto completo se resume a: “cor dourada, aroma doce com notas de pirilimpimpin e sabor de vidro temperado); e fazendo blogs inteiros para hospedar isso. Longe de mim julgar certo e errado, ou dizer o que cada um deve fazer com seu blog, mas um pouco de estudo e conhecimento, bem como um texto bem elaborado fazem toda a diferença, ainda mais quando se trata de um assunto tão complexo,e ao mesmo tempo tão prazeroso de se estudar como é o mundo da cerveja. Bom desta forma demorei muito a me convencer a fazer o primeiro, até que em fevereiro tomei coragem, venci as barreiras por mim mesmo impostas e resolvi incluir também uma resenha por aqui.

Pelo visto não foi uma má decisão, haja visto que o feedback que tenho recebido é excelente, mesmo daquele punhado de leitores dentre vós que adoram os textos de 10 páginas descrevendo até mesmo os hobbies das leveduras selvagens belgas. E foi dessa forma, e graças a essa nova fase do blog que surgiu a oportunidade de degustar e escrever a respeito da Irish Red Ale da Giramunddo. Após coletar mais algumas informações junto ao orgulhoso pessoal da microcervejaria curitibana, consegui enfim escrever esse - quiçá histórico - post.

domingo, 5 de abril de 2015

BarbaRoja - Strong Red Ale

A cervejaria BarbaRoja foi fundada como cervejaria independente e familiar em Escobar, a 50 km de Buenos Aires, Argentina. Ela tem uma gama considerável de rótulos diferentes, desde os estilos tradicionais até rótulos únicos criados especialmente por eles (nesta categoria encaixam-se principalmente inúmeras variedades de cervejas frutadas).

Antes de fundar a cervejaria, em 2001, o proprietário Antonio Mastroianni passou nada menos que 6 anos amadurecendo a ideia da cervejaria própria, viajando pela Europa e colhendo informações para assentar a pedra fundamental daquela que viria a ser uma das cervejarias artesanais mais conhecidas do país dentro de poucos anos.

Quando finalmente iniciou os trabalhos, eram 5 os estilos de cerveja produzidos, com uma produção mensal (nem tão pequena assim para uma cervejaria artesanal recém fundada) de 7 mil litros. Com o passar dos anos, a produção aumentou, bem como os estilos ofertados. No ano de 2012, sua produção anual era de cerca de 55 mil litros mensais, divididos entre 14 variedades. As cervejas são exportadas, além disso, ao Uruguai, Chile, Itália, Espanha e Canadá.

domingo, 29 de março de 2015

Saison Beer / Eisenbahn Saison / Saison Apricot Bodebrown

Saison Beer - bestofbrussels.wordpress.com
A cerveja Saison é essencialmente uma Pale Ale com teor alcoólico aproximado de 7%, altíssima carbonetação, com aroma e sabores frutados e condimentados. A cerveja mestre em termos de Saison atualmente é a Saison Dupont Vieille Provision.

Esse tipo de cerveja costumava ser feito nos meses mais frios e com menor atividade nas fazendas de antigamente (como todos os outros estilos, conforme já descrito em outros posts), e então reservada para consumo ao longo do verão. A sua origem situa-se na região da Walônia, mais precisamente na província de Hainaut, na parte francesa da Bélgica. A cerveja era feita, como mencionado, nos meses mais frios, do final do outono ao início da primavera, uma vez porque a refrigeração era precária ou inexistente, e a fermentação podia então ser melhor controlada quando do frio ambiente, outra para manter ocupados os servos fixos das fazendas da época, já que o trabalho nos campos cheios de neve era quase inexistente e por fim ainda para gerar bagaço, o qual podia ser incorporado à ração dos animais durante os meses frios. Em seguida, a cerveja era consumida ao longo dos meses mais quentes, quando os fazendeiros também contratavam os trabalhadores temporários –„les saisonniers“-, que tinham direito a até cinco litros de cerveja por dia trabalhado. Essas cervejas tinham um teor alcoólico menor que as Saisons atuais, variando de 3% a 3,5%. 

quarta-feira, 4 de março de 2015

Karmeliten - Brocardus 1844

Ilustres,


em minha última visita à Alemanha, certo dia me deparei com uma caixa bem peculiar no supermercado. Era uma caixa toda estilizada, de metal, contendo nada menos que 12 garrafas de cervejas produzidas por cervejarias artesanais da Bavária. Eu bem que gostaria de postar uma foto da caixa aqui, mas como tive meu celular roubado recentemente, e as únicas fotos que eu tinha estavam nele, vou ficar devendo. De qualquer forma seguem nesse post algumas fotos de algumas das garrafas, aquelas nas quais eu tive a sensata ideia de fotografar com a máquina, sugiro scrollarem até o final do post para vê-las.

Eu acabei por beber a grande maioria das cervejas por lá mesmo, e infelizmente não me dei ao trabalho de anotar as minhas impressões; mesmo porque acho muito chato quando o sujeito fica anotando coisas e fazendo observações pedantes em meio a uma roda de amigos que não quer nada mais que apenas beber sua cerveja em paz. Pois bem, dessa forma restaram-me apenas as fotos de minha câmera. Bem, quase, porque eu acabei por trazer duas garrafas aqui para nossa terrinha.

Como não sei quando volto ao solo germânico, fiquei guardando esses dois exemplares com distinto esmero; até que aquela fatídica data de vencimento acabou por se aproximar. Não tive escolha, e acabei por levá-las ao matadouro (ok, na verdade tirei-as do armário, levei-as à geladeira, da geladeira ao copo, e aí sim, ao triste fim).

Enfim, desta feita aproveito esse post para escrever um pouco sobre a Karmeliten Spezialbier Brocardus 1844. Essa cerveja é feita com três tipos de malte e dois lúpulos especiais de Hallertau.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Dead Frog - The Classic - Nut Brown Ale

Caríssimos,

Eis que, após muitos meses de meditação e avaliação, me rendi aos encantos prometidos pelo Beer Pack do Clube do Malte aqui em Curitiba. Estava em dúvida sobre se valia a pena e tal, mas no fim não pude negar que a ideia de ter 4 garrafas e um copo sendo entregues em minha residência todos os meses, sem nenhum esforço, é realmente genial (e confortável!).

Bem, esse mês de fevereiro, meu primeiro mês, foi o “Mês das Cervejas Canadenses”. Para tanto o Clube escolheu a cervejaria Dead Frog, fundada em 2006 em Aldergrove BC. As quatro garrafas que compunham o set eram:

  • The Classic – Nut Brown Ale 5%
  • The Session – Vienna Lager 5%
  • The Bold – Belgian Pale Ale 5%
  • The Fearless – IPA 6,5%

As quatro cervejas Dead Frog e o copo do Beer Pack

Prometo escrever um pouco mais sobre a cervejaria em um post a ela dedicado. Por hora vai aqui a minha avaliação acerca da The Classic. Como eu não conhecia essa cervejaria, resolvi começar com aquela que promete ser a mais tradicional, certo? Além disso, Nut Brown Ale é sempre convidativo em uma noite chuvosa e levemente fria de Champions League!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Opa Bier - Bock

Aproveitando uma recente ida à trabalho à cidade de Joinville, dei uma passada na Opa Store, que fica à beira da BR-376, na entrada da cidade, e não muito longe da cervejaria em si. Lá chegando me deparei, obviamente, com uma série de artigos da Opa, não podendo faltar, claro, toda a gama de cervejas por eles fabricados. Foi aí que notei a Opa Bock, de cuja existência eu sequer sabia. Aproveitei para levar uma garrafa (algo em torno de R$9,80/600ml). Também levei duas Pale Ale, já que estava justamente escrevendo sobre lúpulo, e né? Nada mais lupulado que uma IPA. 

Mas isso é tema para outros posts. Fato aqui é que Bock, estilo sobre o qual escrevi um tempo atrás, é um estilo de cerveja absolutamente complicado para mim. Diferente das Weizen, por exemplo, que é uma cerveja que eu adoro quase que independentemente da cervejaria que a produziu, as Bocks estão longe disso. Há aquelas pelas quais me apaixono logo de cara, devido à explosão de aromas, ao corpo denso e à coloração única, e existe aquelas onde já no primeiro gole consigo prever que será uma tortura terminar a garrafa.

Enfim, isso não me impede de sempre que possível comprar alguma Bock para tirar a dúvida. Desta feita, não pude deixar de levar também a da Opa, essa simpática cervejaria que (quase) sempre sabe o que faz!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Bierstacheln

Bierstacheln – algo como espetar a cerveja – é uma técnica centenária e muito popular na Alemanha, ainda que pouco difundida mundo afora. Em seu país de origem, atualmente é possível experimentar cervejas trabalhadas dessa forma principalmente nas feiras natalinas, sendo perfeita para quem não abre mão da cerveja mesmo em meio à neve e temperaturas congelantes. Essa técnica, conta-se, teve início nas antigas ferrarias da Idade Média. Nesses locais, como em muitas outras oficinas medievais, era costume os trabalhadores se alimentarem à base de cerveja ao longo da jornada de trabalho, e os ferreiros não eram exceção. Naquela época, devido à dificuldade de conservar a cerveja (vide post sobre porter), era usual armazenar a bebida no porão das casas e oficinas. Vez ou outra, porém, e principalmente no inverno, o ferreiro – ou o artesão em questão – não queria necessariamente beber a sua cerveja a temperaturas muito baixas, ainda mais em se tratando, por exemplo, de uma Bock ou Weizenbock. Foi daí que surgiu a ideia de mergulhar um espeto incandescente na cerveja para dessa forma esquentá-la levemente. Dessa forma surgiu a técnica do Bierstacheln, conforme disposto a seguir.


sábado, 31 de janeiro de 2015

Lúpulo

Dando continuidade à série de posts acerca dos ingredientes principais da cerveja, apresento hoje o resultado de minha mais recente pesquisa, a qual trata do ilustre lúpulo, esse pequeno cone verde, apreciado, ou melhor, adorado por tantos, e que com certeza desperta a curiosidade de muitos. Acabou que tive que me forçar a publicar o post, uma vez que a pesquisa estava levando a um artigo imenso, aprofundado em todos os sentidos, e que acabaria por se mostrar uma leitura excessivamente chata (eu mesmo estava achando isso!). Segue, então, uma versão compacta; os pontos que ficaram de fora, ou que receberam apenas uma pequena explicação serão tema de posts próprios num futuro não muito distante!

Bem, vamos lá: o lúpulo é o ingrediente da cerveja que fornece sua espinha dorsal em termos de amargor, aumenta sua estabilidade micro-biológica, ajuda a estabilizar sua espuma, e influencia muito o seu sabor e aroma. Uma cerveja feita sem lúpulo não passa de suco de cevada, sem caráter; o lúpulo é a assinatura, e peça fundamental em grande parte dos estilos atualmente consumidos mundo afora.

Like salt, pepper and spices in food, the flavour benefits that hops bring to beer are almost immeasurable. And just as the winemaker has hundreds of grape varieties to choose from, the brewer has na equally wide choice of hop varieties, some delicately floral, some blackcurranty or earthy, others bursting with vibrant grapefruity zing. Melissa Cole, LET ME TELL YOU ABOUT BEER