terça-feira, 18 de junho de 2013

Bourbon Bock - Paulaner





Confrades e confridas, um pouco mais a respeito dessa nova e belíssima cerveja, produto dos mais loucos devaneios dos aprendizes de mestre cervejeiro residentes na Paulaner.


A maturação de cervejas em barris de Whisky certamente nao é nada novo. Há algum tempo há cervejarias que guardam sua cerveja recém produzida em barris de carvalho, os quais até pouco serviam à guarda do ilustre destilado. Há, por exemplo, a Paradox da Brewdog, uma Imperial Stout maturada em barris localizados na Isle of Arran, Isle of Jura ou na Springbank; ou então a Cambra Bavaria, cuja Doppelbock igualmente descança em barris inutilizados. A última cervejaria a aderir a esse uso foi a Paulaner.

"Queremos inventar novos e reinterpretar antigos estilos de cerveja" - Martin Zuber, mestre cervejeiro da Paulaner.

O por que disso? Simplesmente por ser um jeito bastante descomplicado de se adicionar novos sabores e aromas à cerveja. Dependendo do Whisky em questão, a cerveja adquire aromas mais frutados, mais condimentados ou até mesmo defumados. E como o procedimento como um todo evidentemente dá à cerveja um requinte e uma exclusividade toda especial, é natural que a cervejaria possa salgar um pouco mais o preço de seu produto.


A Bourbon Bock, produzida pela cervejaria Paulaner em sua planta no Eiswerk (Au), com seus 9,2% abv, é a mais nova integrante dessa família "desti-fermentada". A Bourbon Bock descança ao longo de 4 meses nos benditos barris, durante os quais espera-se que a cerveja roube da madeira algumas das notas a ela conferidas pelo Whisky ao longo de muitos anos. Passado esse período, a cerveja é então engarrafada em garrafas do tipo Champagne, com exclusiva rolha natural espanhola (não é pouca coisa).  Mesmo assim, nenhum procedimento foge ao Reinheitsgebot!

Quando o assunto é Whisky, pensamos todos rapidamente em qualidade, certo? Qualidade que tem seu preço. Bem, parece que além dos aromas de Whisky, a nova cerveja da Paulaner assume também o preço da bebida, saindo por nada menos que 24,90 Euros. Dessa forma, a cerveja não é pensada para ser consumida no fim de tarde assitindo-se ao Campeonato Brasileiro (ou à Bundesliga, como queiram), mas sim algo feito para reais degustadores e apreciadores. Claro que esses poderão se deliciar com uma explosão de aromas, variando de frutas secas, baunilha até sherry, típicos do Whisky, e de perfeita harmonização com comidas doces.

Como a cerveja não espera, com tal preço e exclusividade, arrematar o grande público, ela tem produção (muito) limitada e é encontrada apenas na loja da cervejaria na Falkenstraße 11, Eiswerk. Qualquer outra forma de comercialização seria inviável nesse nível de produção. Caso você esteja pensando em conhecer essa planta da Paulaner, e gostaria de se certificar de que poderá levar um exemplar desse espetáculo engarrafado, é possível fazer o pedido antecipadamente via http://brauerei-im-eiswerk.de/. Aliás, há outras cervejas sensacionais disponíveis no local, vale a pena conferir.


Refrigerador desenvolvido por Carl von Linde (Linde Group)
exposto na entrada da cervejaria. Em alemão, Eismaschine (máquina de gelo),
daí o nome da região e da cervejaria, Eiswerk (algo como indústria de gelo).

Referências
  • Abendzeitung München
  • Brauerei im Eiswerk 
  • Blog Hopfen und Malz

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